Presidente do Conselho Deliberativo da COIAB critica Helder Barbalho: "É esse o governador que enche a boca pra falar dos povos indígenas"

Nesta terça-feira (14), indígenas e professores estaduais realizaram um protesto em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em Belém, denunciando cortes e mudanças no Sistema Modular de Ensino (Some).

Foto: O Globo

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Nesta terça-feira (14), indígenas e professores estaduais realizaram um protesto em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em Belém, denunciando cortes e mudanças no Sistema Modular de Ensino (Some). A manifestação, marcada por críticas ao governador Helder Barbalho (MDB), contou com a presença de Auricélia Arapiun, presidente do Conselho Deliberativo da COIAB, que exigiu diálogo com as autoridades e questionou políticas públicas para povos indígenas.

Auricélia Arapiun apontou falhas em programas estaduais voltados às comunidades indígenas, incluindo o “cheque moradia”, que, segundo ela, nunca chegou aos destinatários. A liderança repudiou a atuação da Secretaria dos Povos Indígenas e reivindicou a exoneração do secretário de Educação, Rossieli Soares. Durante os protestos, lideranças indígenas criticaram ainda o fim do Some, considerado essencial para o acesso à educação em áreas remotas, e cobraram ações concretas da governadora em exercício, Hana Ghassan, enquanto o governador Helder Barbalho está em viagem.

“É esse o governador que deixa a boca pra falar pro mundo dos povos indígenas, que vai resolver nosso problema vendendo o que é nosso. Vendendo o que é nosso sem nos comunicar pelo menos. Que usa alguns parentes, põe embaixo do braço e vai lá falar!”, disse Auricélia sobre Helder.

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A manifestação também teve adesão de professores estaduais, que protestaram contra cortes e condições de trabalho que afetam a qualidade do ensino público. Segundo os participantes, o corte de energia no prédio da Seduc reforça o sentimento de desvalorização das pautas educacionais. Ambos os grupos reafirmaram a intenção de permanecer no local até que suas demandas sejam atendidas.

Em busca de elucidações, a redação do Estado do Pará Online (EPOL) procurou a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas para questionar sobre as denúncias de Auricélia, porém, até o fechamento desta matéria, não tivemos resposta.

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